Gentrificação ou "youthificação"?
30/03/15 10:29Há diferença entre gentrificação (ou elitização) de uma área considerada “degradada” e o simples “rejuvenescimento” de sua população?
Para Markus Moss, pesquisador de planejamento urbano da Universidade de Waterloo, no Canadá, a “youthification” é diferente porque nela a mudança de classe social não é tão explícita.
No gráfico abaixo, Moss explica um pouco o processo de “youthification” (clique na figura para vê-la em tamanho maior):
A chegada de jovens adultos (de 25 a 34 anos de idade) pioneiros em uma região com aluguéis baixos atrai um comércio voltado para essa população, o que em um segundo momento passa a atrair jovens com maior poder de compra.
O terceiro estágio, a gentrificação acabada (não aparece no gráfico acima), seria a chegada de jovens famílias de classe média alta, com filhos pequenos. Mas, em alguns locais, essa espécie de sucessão ecológica urbana não se completa.
Em cidades canadenses como Montreal, Vancouver e Toronto, Moss percebeu que há distritos com um fluxo contínuo de jovens em substituição aos habitantes que ficam mais velhos, se casam e mudam para bairros menos densos, mais distantes dos centros.
O estudo de Moss levanta uma questão em São Paulo. O centro, especialmente a República, está sofrendo gentrificação ou “youthificação”? .
O censo do IBGE mostra que a população da região central está cada vez mais jovem, mais rica e mais solteira. Haverá uma nova etapa, em que famílias de classe média alta se mudarão para lá? Ou o centro será daqui para a frente o lugar dos adultos jovens, onde são criadas as novas tendências?