Após 6 anos com tapumes, fachada do prédio do IAB-SP é descoberta
06/09/14 01:16Quando foi projetado, em 1949, o prédio do IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil) primou pela integração à cidade, com sua loja envidraçada no térreo e a marquise para abrigar os pedestres do sol e da chuva.
Mas, há seis anos, o edifício modernista projetado por arquitetos como Rino Levi na rua General Jardim, na República (região central) estava escondido da rua por tapumes, a espera de verba para uma reforma emergencial de suas estruturas, que foram escoradas para evitar risco aos passantes.
Com a remoção das chapas de compensado na segunda-feira (1), os vizinhos do edifício erguido nos anos 1950 se surpreenderam ao descobrir que ali funciona uma livraria especializada e até um café, conta Toninho Ricarte, dono do estabelecimento, chamado Bookstore.
“Estávamos contando as horas. A chegada da Escola da Cidade [de arquitetura, em 2002] deixou a rua mais segura. Agora, com a vitrine da livraria aberta de novo, acho que vai melhorar mais ainda”, diz Toninho.
A verba para a primeira etapa da reforma do edifício (a obra toda está orçada em R$ 8 milhões) foi obtida por meio da Lei Rouanet, de incentivo à cultura, pois se trata de um bem tombado pelo patrimônio histórico. A CESP (Companhia Energética de São Paulo) entrou com R$ 850 mil e receberá contrapartida por meio de isenção de impostos.
O dinheiro foi obtido após o instituto lançar uma tentativa frustrada de conseguir os recurso via financiamento coletivo na internet. A vaquinha eletrônica resultou em parcos R$ 7 mil, que foram no entanto empregados no restauro de um sofá e uma cadeira do arquiteto e designer Sérgio Rodrigues, que morreu na semana passada.
Com o fim da primeira fase da reforma, o auditório, que fica no subsolo e o antigo restaurante, no mezanino, já podem ser reativados.
“Temos parceiros para instalar o mobiliário e pretendemos abrir um bar e reativar o auditório ainda neste ano”, diz José Armênio de Brito Cruz, presidente do IAB-SP.
Segundo José Armênio, diversas empresas contribuirão com o restauro do edifício, que começa agora. As pastilhas precisam ser trocadas, e a empresa que fabricou as originais, a Vidrotil, se comprometeu em fornecê-las com desconto de até 60%.
Outros parceiros como a empresa de pisos e revestimentos Concresteel, a de instalações hidráulicas Decca e a Abividros (associação brasileira de empresas de vidro) já firmaram parceria com o IAB para fornecer material para a reforma.
José Armênio agora aguarda novos recursos do Estado, via Lei Rouanet, para concluir a obra, ainda sem data para ser concluída. A secretaria do Estado da Cultura afirma que recebeu um pedido de patrocínio, que está em processo de análise.
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