Derrubando muros e abrindo jardins em Moemas, Itains e afins
16/04/14 08:06Se há algo com que a maioria dos urbanistas concorda é que os prédios recuados da calçada, com seus jardins fechados por muros e grades, deixam a cidade sem graça, perigosa e congestionada, como tratei em um post anterior. Mas, devido à legislação vigente, esse é o modelo que predomina em São Paulo hoje.
Mesmo que a lei mude, o que fazer nos bairros onde esse tipo de edifício se tornou regra, a exemplo de Vila Olímpia, Tatuapé, Moema e afins?
Um grupo de jovens arquitetos está propondo uma alternativa: reocupar a área do térreo com lojas abertas para a calçada, ao estilo de cidades como Nova York e Paris, ou mesmo como os bairros paulistanos de Higienópolis e Santa Cecília.
A ideia ganhou uma menção honrosa no concurso Ensaios Urbanos, promovido pela Prefeitura de São Paulo. Entre os painéis expostos na cerimônia de premiação, o ensaio se destacava como o mais inovador.
Os 14 ensaios premiados servirão de base para os debates públicos que fazem parte da revisão da nova Lei de Zoneamento, a ser discutida após a revisão do Plano Diretor (em andamento). Segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, a pasta pretende enviar até o final do ano para a Câmara Municipal o texto da nova legislação.
Para os autores da proposta, incentivos como reduções de IPTU, somados à possibilidade de diminuição dos custos de condomínio com a arrecadação de aluguel das lojas, podem dar o impulso para que a ideia seja adotada.
Veja abaixo imagens (clique para ampliar) do trabalho dos arquitetos Jorge Pessoa de Carvalho, Catherine Otondo e Marina Mange Grinover (em colaboração com Matheus Tonelli, Tânia Helou, Lívia Marques, Tiago Testa, Gabriela Costa, Patrícia Mieko Sato, Carolina Sacconi, Florência Testa e Daniel Guimarães).
O trabalho completo pode ser visto aqui.
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