Memorial do Imigrante reabre em maio, após 3 anos e meio fechado
21/03/14 15:13A industrialização fez São Paulo passar de pouso de viajantes e vila de estudantes a centro econômico do país. Mudança que só foi possível graças às sucessivas levas de imigrantes que vieram para cá.
Onde na cidade essa história toda é contada? Desde dezembro de 2010, em parte nenhuma. Mas a partir de 31 de maio, no Museu da Imigração (antes chamado Memorial do Imigrante).
A antiga Hospedaria de Imigrantes passou três anos e meio em restauro do prédio (o primeiro completo desde sua construção, em 1887) e modernização de suas instalações.
O museu, que abriga um acervo de 17 mil itens, não tinha nem ar-condicionado. Além disso, as cheias que afetam a região ameaçavam essas peças, e reforços nos muros e comportas foram instalados para evitar perdê-las para as águas.
De quebra o museu vem com uma nova exposição permanente, que vai mostrar desde os principais fluxos migratórios mundiais até os movimentos imigratórios no Brasil de hoje, representados especialmente por bolivianos e africanos.
Antes, o museu se concentrava nos imigrantes que vieram para substituir os escravos nas lavouras de café e nos migrantes nordestinos, contando a história dos 2,5 milhões de pessoas que passaram pelo prédio entre 1887 e 1978.
As novas exposições também usarão tecnologia para emocionar os visitantes.
Na sala que vai simular o dormitório da hospedaria com seus beliches, o clima vai ser dado pelo som de mar e pela projeção de cartas dos então recém-chegados a São Paulo.
“A ideia é passar a sensação que se tinha na primeira noite na hospedaria, depois de uma longa viagem de navio”, diz Marília Bonas Conte, presidente-executiva do Museu da Imigração.
Vai ficar lindo, não tenho dúvida. Especialmente porque o lugar também será um centro de referência para as comunidades de imigrantes que vivem hoje na cidade. Terá sala, equipamentos e assessoria para que consigam obter seus direitos, segundo Marília.
Mas demorou e custou caro. A obra deveria ter ficado pronta há um ano e meio atrás, em 2012, a um custo de R$ 5 milhões. Gastaram-se R$ 20 milhões.
Segundo a coordenadora da área de museus da secretaria de Estado da Cultura, Renata Vieira da Motta, a reforma demorou devido a todas as novas instalações necessárias para que o museu abrigasse seu acervo com segurança e o expusesse com conforto para os visitantes.
Quer conferir de perto se o investimento valeu a pena? O museu fica na rua Visconde de Parnaíba, 1316, na Mooca. A entrada será gratuita nos dois primeiros meses a partir da inauguração (31 de maio).
E, em julho, será retomada a tradicional Festa do Imigrante, em sua 19ª edição. Mais informações podem ser obtidas no site da instituição.
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