Baixem a tarifa do busão, não quero mais prédios no meu quarteirão!
24/02/14 23:03Somos 20 milhões de seres urbanos em São Paulo, guiados pelo ritmo do abre e fecha dos faróis, do vaivém dos trens do metrô, do dia do pagamento e do vencimento das prestações. O medo da violência (real ou imaginada) nos faz passar batido pelo espaço público, como se só existissem origem e destino: a casa, o trabalho, o shopping -um triângulo das bermudas do asfalto.
Esse ainda é o grosso de nossa rotina, mas sinais de que a crise urbana chega ao limite começam a dar as caras na nossa metrópole do concreto aparente. Depois do pleno emprego e do consumo, os paulistanos perceberam que querem dinheiro, mas também querem felicidade, e ficaram sedentos de vida pública. Transbordam as ciclofaixas, os parques e os shoppings (vide rolezinhos), esse substituto dos espaços de convivência perdidos. Movimentos, turbinados pelas redes sociais, ocupam as ruas de forma criativa com festas, reivindicações. “Baixem a tarifa do busão, não quero mais prédios no meu quarteirão!” poderia ser um bordão-síntese dessa ópera urbana.
É dessa ópera que este blog vai tratar. Grupos de cidadãos e suas causas do contra (desapropriações, prédios, derrubadas de árvores) ou a favor (criação de parques, mais casas populares), novos tipos de empreendimentos imobiliários que melhoram ou pioram a vida na cidade, a queda ou a restauração de edifícios históricos, a ascensão da bicicleta, as medidas controversas da prefeitura como os corredores de ônibus e seus desdobramentos. Tudo isso e um tanto mais vai virar pauta no “Seres Urbanos”. E você, que vive essa avalanche de novidades na pele, está sempre convidado a participar com sugestões e comentários.